CEDO DEMAIS
Por Nazareno Silva
Ontem, no final da tarde, senti, na minha imaginação abalada, a fronte gelada de João Carlos Brito, sobrinho dos meus amigos mais próximos, Domingos Alves de Brito, José Carlos de Brito e Antonio Alves de Brito. Visualizei ontem à noite, uma multidão impaciente correndo para as redes sociais agonizante postando misturadas glórias como se quisesse acalentar no seu seio uma solidão circunstancial - era João Carlos que estava indo cedo demais.
Hoje o meu coração está deserto, como deserto está o coração de Mossoró, porque o corpo de um homem bom vai ser lançado no fosso do cemitério. Eu odeio o mausoléu que espera meus amigos mortos como viajantes desse hotel funéreo.
Domingos, Zé Carlos , Antonio Brito, Elza e Carlinhos - seus pais - meus amigos próximos, permitam=me dizer que o pó ao pó há de tornar. Mas há de tornar ao pó o que é pó. Mas o pó é inerte como o é a matéria, a imagem que não sairá da cinemática dos nossos olhos...
É tão estranho...
Os bons morrem jovens. Assim, parece ser cedo demais.
Ficamos tristes, chorando com o rosto virado para a parede, porque você acabou indo cedo demais, JOÃO CARLOS...
Vamos continuar aqui nos lembrando de você, dias assim, de sol da primavera e o que sentimos, com o nosso cérebro nervoso, externamos: vá com os anjos...
Cedo demais.
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