J. Netto canta em Mossoró nos dias 4, 5, 6 e 7 de junho.
Na sexta, dia 5, ele se apresenta no auditório do Hotel Vitória, no Congresso Só Cristo Salva, sob o comando de Carlos Skarlak e Michele Fonseca.
A seguir, entrevista que fiz com ele em São Paulo, em 2003 e publicada na Gazeta do Oeste. Agora, atualizada para o blog.
Na sexta, dia 5, ele se apresenta no auditório do Hotel Vitória, no Congresso Só Cristo Salva, sob o comando de Carlos Skarlak e Michele Fonseca.
A seguir, entrevista que fiz com ele em São Paulo, em 2003 e publicada na Gazeta do Oeste. Agora, atualizada para o blog.
J. Netto |
Potiguar de Parelhas, J. Netto,
é campeão de vendas e execução no Brasil e em Miami.
Um potiguar vem se destacando na música
nacional, mais precisamente no segmento gospel ou música evangélica. Inclusive,
vem ao longo da carreira colecionando troféus e destaque em vendagem de CD’s,
até nos Estados Unidos. Trata-se de José Clementino de Azevedo, mais conhecido
por J. Netto, que sagrou-se vencedor por
diversas vezes no Troféu Talento, a maior premiação da música cristã nacional.
Muitos conterrâneos do Rio
Grande do Norte já ouviram a sua voz, que se confunde com a do rei Roberto
Carlos, mas desconhecem a sua origem. Natural de Parelhas, de onde saiu aos
seis anos de idade, com a mãe, dona Ana, além de quatro irmãos em direção ao
Rio de Janeiro, onde buscavam um futuro mais digno do que o destino reservara,
sem muita perspectiva de vida.
Sobre essa mudança J. Netto
prefere não falar, já que evitou tocar no assunto durante a entrevista.
TROFÉU TALENTO - Em anos
anteriores, durante a premiação do Troféu Talento, J. Netto sempre se destacava
e recebia um troféu por alguma modalidade. Melhor cantor, melhor CD, melhor arranjo
ou melhor clipe.
Seu CD Além
das Aparências lançado no final de 2002, tem o arranjo musical do maestro
Eduardo Lages, maestro do rei Roberto Carlos, e a faixa de divulgação, Jesus
Salvador, é de autoria de Roberto Carlos, que só a liberou, quando J. Netto
estava em estúdio concluindo o trabalho de colocação de voz no disco quando, então,
ligou no celular de Eduardo Lages e, ao ouvir a voz de J. Netto no estúdio o
rei brincou: “Eu tô cantando aí, Eduardo?”.
J. Netto conta que
Roberto entre outras coisas falou por telefone: “Sou teu fã, te manjo há muito
tempo”, para em seguida dizer que liberava a faixa para J. Netto gravá-la. “Tudo isso me deixou bastante feliz”, disse J.
Netto.
O meio artístico sabe
que há muitos anos Roberto Carlos não deixa ninguém gravar suas músicas. Na
esperança de Roberto Carlos ter ouvido todas as faixas do CD, J. Netto fez um desabo: “Jesus há de fazer
uma obra na vida dele. Só Jesus é a solução para tudo”, profetiza.
O INÍCIO - Pode-se dizer que J. Netto tem tido
uma carreira abençoada. Além de saber que suas músicas são executadas em todas
as emissoras de rádios evangélicas do país e de países de língua latina, como
também em algumas cidades dos Estados Unidos, onde sua voz chega às emissoras
de rádio. Ele garante que o sucesso nunca subiu à cabeça. “Minha música está
estourada em Miami há muito tempo”, esclarece. No Brasil seus discos estão na
lista dos mais vendidos em seu segmento.
A carreira artística de
J. Neto teve início na então Cidade Maravilhosa, quando já adolescente, cantava
em igreja católica e sempre era convidado para se
apresentar em festas escolares. Nesses eventos gostava de cantar o
repertório de Roberto Carlos.
Aos dezessete anos de
idade sentiu que seu timbre de voz era bastante aproximado daquele que tinha
como ídolo. Passou então a interpretar músicas do rei na noite carioca,
atendendo a insistentes pedidos do público. Viu-se, então, na obrigação de
comprar todos os discos de Roberto Carlos para ensaiar em casa, tentando cada
vez mais imitá-lo: “Se agrado alguém com a minha interpretação, devo isso a
Roberto Carlos, pois na verdade, aprendi a cantar com ele”, explica.
J. Netto canta
repertório cristão desde 1981, quando aceitou Jesus: “Naquela época o povo
cristão dizia que Deus havia dado um Roberto Carlos para eles. J. Netto passou a
ser o Roberto Carlos dos evangélicos”, afirma.
Hoje ele considera seu
timbre bem mais aproximado do rei: “Mas acho que não imito, peguei a
interpretação dele”, esclarece, para em seguida dizer que comentam que Roberto
Carlos tem seus discos: “Contam que ele fez uma brincadeira um dia, dizendo que
não se lembrava de ter gravado aquela música”, brinca.
J. Netto gravou o
primeiro disco em 1984, quando surgiu a oportunidade de gravar com a família
Nascimento, do também cantor evangélico, Mattos Nascimento, ex-músico da banda Paralamas do Sucesso. Era uma coletânea
e cada artista gravou uma faixa.
No ano seguinte J. Netto gravou seu primeiro disco solo, independente, com a faixa Água Viva, que já vendeu mais de três milhões de cópias. Essa música ainda é bastante executada nas rádios, aliás, todas as músicas de sucesso, antigas ou novas. Quem acompanha a sua carreira ou ouve música evangélica, sabe disso.
No ano seguinte J. Netto gravou seu primeiro disco solo, independente, com a faixa Água Viva, que já vendeu mais de três milhões de cópias. Essa música ainda é bastante executada nas rádios, aliás, todas as músicas de sucesso, antigas ou novas. Quem acompanha a sua carreira ou ouve música evangélica, sabe disso.
SUCESSOS - Pensando Bem, Fogo no Altar, O Nome, Curas
e Milagres, Meu
Senhor Já Estava, Vinde
a Mim, Bom Retorno, É Bonita e Nova
Chance são algumas das dezenas de músicas gravadas por J. Netto, bastante
executadas ao longo de sua carreira e sempre lembradas, principalmente pela
comunidade evangélica. Nos cultos suas canções são louvores cantados pelos
membros das igrejas.
Desde o primeiro disco J. Netto passou a
compor e durante muitos anos pertenceu
ao elenco de artistas contratados pela gravadora Line Records.
Em Mossoró seus discos
podem ser encontrados em livrarias evangélicas ou magazines como Lojas
Americanas. O proprietário da Livraria Gênesis, localizada no Shopping Oásis,
Cláudio Fernandes, confirma que J. Netto é um campeão de vendas.
“Constantemente suas antigas gravadoras relançam sucessos do passado e tanto
esses CD’s como os novos são garantia de vendas. É raro o artista que consegue
atingir esse nível de aceitação e vendagem”, conta.
A primeira vez que
retornou ao Rio Grande do Norte desde que saiu criança, foi para cumprir agenda
como cantor, tendo se apresentado em Natal, no ano de 1986, no Palácio dos
Esportes, que estava lotado para ver o conterrâneo. Lembra que poucas pessoas sabiam
que ele era potiguar, mas o chamaram de ‘Roberto Carlos dos evangélicos’. Ele tem mais quatro irmãos, pelo lado
paterno, que moram na capital do Estado.
No mesmo ano cantou em
Caicó: “Lá arranjei uma namorada e trouxe para Jesus”, lembra, para em seguida
mandar um recado para seus conterrâneos: “Queria que Parelhas e todo o Rio
Grande do Norte soubessem que eu gostaria de fazer eventos beneficentes,
principalmente para orfanatos ou nas áreas mais carentes. Não por ser daí, mas
por se tratar de um povo acolhedor, simpático e amigo”, avisa.
J. Netto, chegou a
gravar uma faixa em homenagem a sua mãe, falecida, intitulada Don’Ana, de autoria de Edson Ribeiro, que
também já compôs para Roberto Carlos:
“Essa música ele havia feito para a avó do Roberto, que também se chamava Ana”,
disse emocionado.
TESTEMUNHO - Mesmo depois de
sua conversão ao Senhor Jesus Cristo, J. Netto assume que em meados da década
de noventa se afastou dos caminhos do Senhor e chegou a tentar uma carreira na
música secular, em 1995. “Cheguei a gravar músicas de Altair Veloso e lancei um
CD em show no Canecão”, explica. “Gravei essas músicas porque não quis enganar
o povo de Deus, mesmo contando a verdade. Muitos estavam sendo salvos, mas nem eu
sabia do meu destino. Como não conseguia me libertar, tentei a carreira lá
fora, pensando que o evangelho não era o meu lugar”, argumenta.
Quando nada aconteceu no
novo rumo que quis dar em sua carreira, J.
Netto voltou para Jesus e observou que foi recebido de braços abertos pelo povo
de Deus: “Foi aí que percebi que o amor que estava neles, poderia estar em mim
também. A partir disso começou em mim aquela busca. Finalmente o amor entrou no
meu coração, que é Jesus. Mas isso, a partir da renúncia, do abandono total
daquilo que não pertence a Deus”, testemunha.
J. Netto jura que o
sucesso para ele é Jesus. “Na verdade, Ele é o sucesso”, ratifica.
Faz tempo que J. Netto
não se apresenta em seu Estado de origem. Ele ainda se lembra de um show, em
1995: “Cantei em Natal, no Papódromo, num grande evento organizado pela TV
Ponta Negra, que contou com a participação de
artistas de todo país”, recorda.